PRESERVAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA

PRESERVAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA
A IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

PARQUE SÃO BARTOLOMEU

PARQUE SÃO BARTOLOMEU

O Parque São Bartolomeu situa-se no Subúrbio Ferroviário, entre a Enseada dos Cabritos e o bairro de Pirajá. Ele é considerado a única reserva de Mata Atlântica em área urbana do Brasil.

Importante espaço de preservação ambiental, o parque guarda as simbologias da religião ancestral africana em suas árvores, águas e matas. Os adeptos do Candomblé usam o local para realizar oferendas aos caboclos e orixás, e há a cerca de 15 anos existiam romarias que reuniam o povo de santo para realizar rituais nas águas do parque. 
No Parque, está situada a Mata do Urubu, onde se instalaram os primeiros índios tupinambás e depois centenas de quilombolas. O Parque de São Bartolomeu também foi local da decisiva Batalha de Pirajá, onde se definiu a independência da Bahia.
O parque foi criado pelo Decreto Municipal 5363 de abril de 1978, o que garantiu o reconhecimento oficial dos valores científicos, ambientais, históricos, culturais, educativos, religiosos e turísticos daquele território. Contudo, muito ainda precisa ser feito para garantir sua preservação. Com a mudança de configuração urbanística da minoria, a região foi abandonada, sendo lembrada apenas como um espaço turístico destituído de seus significados culturais básicos. A região, terreno sagrado dos praticantes de candomblé e reserva de grande diversidade natural, está hoje entregue à insegurança, degradação causada pela população e falta de manutenção.



- OS ÍNDIOS E O PARQUE SÃO BARTOLOMEU 

Antes da chegada dos portugueses, e até dos africanos eram os indíos tupinambá, uma das tribos pertencentes ao grupo tupi-guarani, que habitavam a região do parque. Os tupi-guaranis povoaram todo o país no século 16 e tinham uma população média de um milhão de habitantes. Instalaram-se aqui após passar pela região costeira, vindos de onde viria a ser a colônia portuguesa. Eles acreditavam que o fim do mundo estaria próximo e migraram em direção à costa encontrando os portugueses que haviam acabado de atracar em terreno brasileiro.

- OS QUILOMBOS DE SÃO BARTOLOMEU


As matas de São Bartolomeu abrigaram os candomblés, que existem até hoje, os indígenas e o lendário Quilombo dos Urubus e suas manifestações, onde índios e negros se refugiavam contra perseguições

escravocratas. Nestas matas reuniram-se rebeldes que organizaram diversas revoltas libertárias no século XVII. A existência de quilombos, onde a cultura de origem africana, notadamente a religiosa, era praticada livremente, devido às características especiais da natureza naquela região, levaram as comunidades negras às matas de São Bartolomeu-Pirajá- atual Parque Metropolitano de Pirajá do qual o Parque São Bartolomeu é parte integrante- como um santuário do candomblé. Para a religião afro-brasileira, a natureza é sagrada, as divindades cultuadas são representadas por acidentes naturais e vivem nas cachoeiras, árvores, rios, manguezais, pedras, fogo, mar e vento. 

OUTROS INFORMAÇÕES

Atualmente, a área é bastante violenta, e não é aconselhável se arriscar sozinho num passeio por lá. Algumas iniciativas, contudo, vêm sendo tomadas na tentativa de revitalizar o parque. O Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (CEASB), uma ONG voltada para a defesa da qualidade de vida, engloba dentre as suas prioridades o Projeto de Educação Ambiental.

Capacitam-se professores através de cursos concebidos a partir do modelo de gestão do território onde vivem os alunos, tendo como referências básicas a memória, a cultura e o saber da população local. São parceiros do CEASB: a UNICEF, a Fundação Odebrecht, a Fundação Clemente Mariani e a Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Educação.
O movimento de defesa do Parque está atualmente estruturado em torno do Projeto Memorial Pirajá, que defende a transformação do Parque São Bartolomeu em patrimônio da humanidade. 

Ester Gama

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